João Bobo

Acho que eu apenas estou cansado. Cansado de tentar, cansado de insistir. Eu sempre ouvi pessoas dizendo que eu poderia tentar outro caminho, fugir da estrada segura. Eu sempre pensei nesse assunto e sempre resolvi continuar com o esquema mais seguro, afinal, o que mais buscamos não é segurança? Pois bem, eu pensei "e se eu tentasse algo diferente?". Eu pensei e eu tentei algo diferente. Diferente de absolutamente tudo que eu havia tentado, diferente da escolha segura. Eu estava um tanto inseguro, pensei em parar por um momento, mas segui em frente, afinal, já que comecei por que não terminar? Terminei. Não foi tão bom. Passou longe disso, na verdade, então agora começo a pensar no porquê de me dizerem isso. Sério, será que eu apenas não fiz direito, ou quem sabe não é para mim. Talvez seja apenas um passo errado, ou eu tenha esquecido de virar a direita quando foi conveniente. Eu tenho dessas coisas às vezes, mas é compreensível.
Gosto de como minha mente processa estas coisas. Uma coisa que aprendi a fazer é separar. Colocar o que eu quero de um lado e o que eu não quero de outro. O meu problema é que estas coisas que eu não quero são um pouco teimosas, como aquele boneco, o João Bobo. Por que diabos ele não fica no chão, me diz? Ele fica voltando e sorrindo... sou só eu ou ele parece assustador? Eu não gosto do Jõao. Eu empurro ele, mas logo está de volta, no mesmo lugar, sorrindo.... Sorrindo... Ele vence, porque no fim eu é que vou embora. A questão é que eu quero me acertar com ele. Sabe o que vou fazer? vou tentar algo mais eficiente do que o trabalho do Chaves ao tentar estourar os balões do Kiko. ;)

Não pensar sozinho

É sempre mais difícil quando o orgulho está de ambos os lados, porque enquanto ele é apenas seu, você pode pensar melhor, quem sabe ver que isso é bobagem e fazer o que tem que fazer. Quando é dos dois, o procedimento é um pouco mais delicado. Ninguém quer romper o aparente equilibrio conquistado nessa relação. E se tudo fosse apenas mais fácil? Se não existisse toda essa coisa boba, essa luta por controle, esta competição, essa parte feia mesmo?
Parece bobo quando pensamos, mas quando fazemos é poderoso, é forte.
Certa vez disseram "se houver alguma chance de você ser mais feliz fazendo de outro jeito, então faça!". Estou aqui pensando se isso vai me fazer mais feliz ou se eu estou apenas imaginando coisas demais. Já disseram também que eu tenho uma imaginação fértil, mas o tempo não é muito.
Eu gostaria que ao menos uma vez tudo fosse despido de jogos, controle, poder e malícia. Gostaria que apenas desta vez tudo fosse verdadeiro, limpo, puro. Que as palavras fossem repletas de honestidades, que todas as intenções fossem reveladas, que todos os desejos fossem satisfeitos, que tudo pudesse ser como tem que ser. Que tudo seja lógico, que possa acontecer. Que seja irracional se tiver que ser, que seja racional se for inevitável. Que seja incrível enquanto durar, que seja eterno em todas as lembranças.
Acho que cabe a mim fazer das coisas o que eu quero e o que eu preciso, afinal, por que não? Do que adianta ser teimoso? Eu não vou ganhar de mim mesmo. Às vezes é bom não pensar sozinho.

Fugindo dos padrões...

Eu queria dizer uma coisa... Talvez escrevê-la ou quem sabe fazê-la... é, talvez.
Mas toda vez que penso nisso recebo uma reprovação. Ou eu estou ficando paranóico ou realmente não é pra eu dizer o que eu quero. Acho que devo me calar, ficar num canto, abandonado com as goteiras, ratos e uma lâmpada queimada.
Fico pensando em qual é o afinal o problema de desafiar estas reprovações que tanto aparecem a cada momento. Por que meus conselhos sobre algo parecido são sempre "faça o que você quiser. O que de mal pode acontecer?" e eu nunca penso desse jeito na hora. De acordo com a wiki "a hipocrisia é o ato de fingir ter crenças, virtudes e sentimentos que a pessoa na verdade não possui". Estou ficando com medo das conclusões que posso tomar a partir destas premissas. Onde será que vou parar desse jeito... Mas pensando bem os pensamentos são meus e eu faço deles o que eu quiser, não é isso? Não é essa a graça da coisa? O simples poder de se guardar em sua própria mente e ser o que quiser, pensar o que quiser, fazer o que quiser... A verdadeira liberdade de falar absolutamente tudo a qualquer um.
Estou pensando em fazer uma insanidade dentro em breve... Talvez hoje ainda, ou quem sabe amanhã. Quero fazer isso logo para me livrar de todos esses pensamentos abusados que insistem em ficar por aqui, sem nada de interessante para fazer.

028

Às vezes olho de longe os outros olhando de longe. Quando eu olho eu vejo que existe um certo receio de se fazer o que pode. Às vezes eu fico imaginando como seria não estar tão longe, porque se longe fosse bom não iríamos querer ficar perto do meio. Nem nos shoppings. Eu vejo estes outros vivendo como se não estivesse acontecendo, como se tudo estivesse perto.
Eu fico imaginando por que nos acomodamos. A situação está cômoda para alguns, incômoda para outros, certa para os alguns e duvidosa para os outros. Acho que certo ganha de duvidoso, não é? Será que eu também estou duvidoso? hmm... duvidoso... A verdade é que eu estou incomodado e quero saber de onde saiu isso, porque eu não decidi. Quando, na verdade, eu fui consultado? Penso que seria simpático me incluir nestas... Mas não está certo. Eu apenas estou frustrado. Frustrado por ter que ficar longe, frustrado porque há apenas uma estrada que leva até lá, mas não trás de lá e frustrado porque esta estrada tem grandes buracos e meu meio de transporte é precário. Eu gostaria de parar de pensar nisso, sabe? Sinceramente, mas isso é tão comum e aceito que eu fico inquieto.

027

Certa vez eu estava assistindo aos desenhos. Não era qualquer desenho, eu estava vendo Family Guy. Nesse episódio o Peter (grande homem!) tinha um quadro no jornal da TV cujo título era algo como "Coisas que eu odeio" ou coisa parecida. O que acontecia é que ele falava sobre as coisas que ele não gostava do dia-a-dia. Ele dizia "sabe o que eu odeio? Quando....". Me lembrei disso agora porque se eu estivesse no lugar dele agora saberia o que dizer. Eu diria "sabe o que eu odeio? Quando a gente chega todo animado para contar as novidades para quem você quer contar e esta não se importa com nada... Sem apoio moral, sem mostrar interesse.... ". É, é algo desse tipo que eu diria. Não estou dizendo que eu quero pulinhos de alegria a cada letra 'a' que eu fizer bem feita, mas acho que não custa nada, sei lá, mostrar que está alegre por mim. Sabe de uma coisa, acho que eu vou ficar alegre por mim. Por esclarecer as coisas. Por resolver fazer algo mais produtivo. Por ter uma boa idéia e um bom avanço em direção ao conhecimento. Ah, deixa pra lá. Eu não tenho mesmo um quadro num jornal na TV. Eu nem quero e eu estou racionalizando. Isso eu sei fazer bem, pode deixar!

026

Sabe o que é engraçado? Por mais pensamentos que eu tenha, por maiores os problemas que eu tento resolver, por mais interessantes que estes pareçam eu não não consigo escrevê-los... apenas pensá-los. Ou melhor, consigo escrevê-los, mas não publicá-los. Havia uma época, lá naquele tempo bom, em que qualquer coisa que eu pensasse eu poderia postá-la em qualquer lugar. Para qualquer um. Eu não sei porque hoje é diferente. Acho que, como disse meu último post, que é porque as pessoas me conhecem mais hoje que antigamente. E qual é o problema disso, afinal? Eu não sei. Sempre pensei que quanto mais as pessoas me conhecerem mais difícil fica minha relação com elas. Não vou dizer que meus relacionamentos melhoraram, mas não quero correr o risco de piorar. Por outro lado eu não deveria me importar, não é?! Afinal o que é melhor? Que as relações sejam boas pois há uma certa confiança e partilhar fatos da vida ou que existam simplesmente por conveniencia? Mas quando apenas falamos é mais fácil. Bem mais fácil.
Avaliando melhor meus novos momentos vejo que tem ficado mais fácil deixar a 'coisa' sair. Talvez sejam pessoas diferentes, não é?! Fazendo tudo parecer mais fácil? Talvez eu esteja arriscando mais também. Sem medo, sem limites.
Algumas vezes eu começo a pensar besteira. E fico imaginando o que diabos passa na cabeça de umas pessoas. Fico pensando por que, afinal, elas fazem aquelas coisas daquele jeito. E mais uma vez me pergunto o porquê.
Eu me apego tanto ao passado e às perguntas, não é? Sempre estou perguntando por que isso ou por que aquilo e sempre lembrando do que aconteceu antes. Dizem que a gente aprende com os erros, então pode ser por isso que eu fico de olho no passado, mas.... não estou bem certo que eu aprenda.
O que mais eu penso?
Sabe o que eu realmente queria? Poder começar de novo.