quarta-feira, novembro 30

Trabalho, trabalho, trabalho

Estamos pensando aqui e pelo jeito ando estressado. Vou ver isso algum dia, mas eu sou assim mesmo. Deixo passar, como a gripe.

Nesses últimos dias li algumas coisas que me deixaram tão revoltado. Quero pensar de forma escrita sobre o assunto para ver se alivia.

Há uns dois dias li uma matéria num site qualquer sobre a pontualidade e como ela é decisiva na vida profissional de qualquer um. Também já discuti sobre esse assunto com a minha mãe, que não concorda comigo, mas você tire suas próprias conclusões. Quem estava com a apalavra na tal matéria era uma dessas profissionais de vários anos de RH, e tinha também alguns depoimentos de pessoas que receberam promoções por nunca se atrasarem. A matéria, em linhas gerais, queria nos dizer que não ser pontual pode impedir promoções e causar más impressões, é afundar a sua carreira, ou pelo menos empacá-la. Um dos depoimentos é de uma garota que era cobradora, se bem me lembro, e foi promovida porque não se atrasava. Dizem que se atrasar é não ter comprometimento. É complicado isso. Vem tanta coisa de uma vez que não sei qual dizer primeiro, mas vou soltar de qualquer jeito, afinal estou só pensando.

Será que só eu me incomodo com o fato de que as pessoas são promovidas por serem amigas de outras ou porque nunca se atrasam? Quem sabe porque estudaram naquela instituição, ou moraram naquela cidade, ou nasceram naquele bairro, ou os pais fazem aquilo e dificilmente por competência? Por saber fazer o que tem que fazer? Uma vez falei sobre algo parecido por aqui, mas... Pensando bem a moça deve ter outras qualidades... Ok, mas atribuir a promoção à pontualidade e forçar demais a barra, e disso eu não gosto. Gosto menos ainda de pessoas que concordam com isso. Eu não me sentiria bem no lugar dela, ou pelo menos omitiria esse detalhe.

O curioso é que você só pode ser pontual no horário de entrada e na volta do almoço, se você é pontual na saída aí a pontualidade se transforma no monstro da falta de comprometimento, porque segundo as empresas o sujeito que sai sempre na hora correta é aquele que não está nem aí com nada. Parece incoerente.

Veja bem, não sou completamente contra a pontualidade, ao contrário, mas acho que há casos e casos. Imagine uma grande loja de departamentos que abre todos os dias 8h. Se o vendedor não estiver dentro dela neste horário, algum cliente pode ficar sem atendimento. A mesma coisa com call centers. Se o funcionário de atendimento se atrasa 10 minutos, umas 5 pessoas podem ficar sem atendimento. Por outro lado, pense num desses sujeitos que passam o dia inteiro no computador e não fala com ninguém (sim, falo do meu cargo e tantos outros que tem uma atividade que não envolva tanto atendimento ao público que fugiu da minha cabeça nesse momento). Qual a vantagem de ele estar lá às 9h e não 9h03? Ok, perdeu 3 minutos de trabalho, mas... E o resultado? Veja, se este sujeito pode chegar 9h e ficar 6 minutos enrolando no café de birra, porque o fizeram correr a toa, qual a vantagem para a empresa? O que deveria ser medido não é o resultado? Não é o quanto conseguiu produzir? O dinheiro vem daí, não do relógio. Precisamos nos ligar mais nisso. E vai saber se este sujeito não tem planos de sair, ao invés de 16h, 18h57?! Pode ser que o trabalho fique mais complicado ou que alguém o chame na última hora. O que ele deve fazer? Vê? Deve existir uma flexibilidade aí e é assim que eu vivo. Eu não falo com ninguém, eu não preciso receber ninguém então não me incomodo de chegar uns minutos atrasados. Me permito esse "luxo" pois não digo "não" à empresa quando ela precisa da minha atenção num horário diferente do combinado, seja este horário o fim de semana ou o meu banho (sim, eu penso em trabalho no banho). Estive numa empresa que não me permitia esta flexibilidade. Saí de lá um ou dois meses depois. Não dá para viver assim.

Essa coisa de pontualidade não vem sozinha, e não é o que mais me irrita. Isso vem com um discurso cheio de "você deve fazer tudo pela empresa" e "você não deve fazer apenas o que foi combinado". "Você deve fazer sempre mais" é o que sempre ouço. Parecem frases bonitas, não é?! Mensagens positivas que nos completa de energia. É, pena que isso só vale para os pobres funcionários. Veja, não é qualquer empresa que vai fazer sempre mais por você. No fim a empresa vai ficar com todo o dinheiro, fama e glória. Você ficará com seu salário e só, nem saúde sobra. Não se esqueça disso. Eu sou daquele tipo de cara que acredita que tudo, mesmo o que é bom, em grandes quantidades é prejudicial (veja meu caso com a melancia). Todo mundo diz isso, não é? Bom, trabalho é assim também. Como sorvete. Não devia ser assim, mesmo fazendo o que gosta. Redução de custos, as empresas dizem. O que era feito por x pessoas antes, passa a ser feita por x/9. E vem a pressão, a correria, o estresse e uma velhice pouco saudável. Desespero-me só de pensar. Digo literalmente. Sempre que penso no assunto sou tomado por um desespero sem tamanho.

Penso bastante no tipo de profissional que sou, então tento sempre ser transparente neste sentido e não vou trabalhar em lugares que vão querer mais de mim do que sou capaz de oferecer, se envolver demais na minha vida ou me controlar alucinadamente. Esta pressão toda não me parece saudável e não funciona para mim, e se estou incomodado, não consigo pensar e construir. E é para isso que espero se contratado: poder construir. Quando trabalho em alguma empresa, eu visto a camisa. Eu defendo, digo que tudo está em paz. Eu acredito nela e não quero que os outros pensem diferente, mas isso não é de graça, assim como meu trabalho não é de graça. Trabalho por dinheiro, defendo porque respeito. Se não puder respeitar, bom, aí e procuro outra digna do meu amor.

Não falei da metade do que eu tinha, mas acho que escrevi demais e isso pode não ser muito saudável. Vou parar e continuar outro dia.

Relendo para tentar corrigir falhas gramaticais e ortográficas, lembrei-me de um post que pensei em fazer sobre um assunto até que relacionado a este. Não lembro se cheguei a postar, sei que digitei um pedaço ... bom, o caso é que lembrei-me de algo bastante interessante e que se relaciona com o que me incomoda bastante nessa história toda (nada tão a ver com pontualidade), vale a pena dar uma lidinha.

http://www.admissions.college.harvard.edu/apply/time_off/index.html

Confesso que não li inteiro ainda, porque meu inglês não me permite ler com qualquer humor. E também porque eu havia favoritado e esquecido de ler novamente, hehe.

quinta-feira, novembro 24

anger

É, talvez eu estivesse mentindo. Não era isso. A verdade é que estou tão completamente de saco cheio de tudo que não me dou ao luxo de pensar em pensar, imaginar, fazer. Cheio de tudo, entende? Não dá para resolver, não dá para não ficar incomodado e simplesmente dormir. Terrível.

terça-feira, novembro 1

old

Preguei que não era possível ser completamente imparcial. Agora peguei-me esperando imparcialidade. Tolo.