quinta-feira, janeiro 24

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Parece que estou me perdendo no tempo. Eu já não sei mais como estou passando meus dias ou o que tenho feito. Tem tudo estado no automático.

Não preciso mais de despertador. Na hora correta, simplesmente acordo. E tento dormir novamente, e acordo e me atraso. E aí já não sei mais o que acontece até eu ir dormir.

Não sei o que estou fazendo da vida, para onde estou levando.

Como disse o Al, eu acordo de manhã sabendo que nada no meu dia irá melhorar minha vida até eu ir dormir.

domingo, janeiro 6

Discurso intolerante

Ah, pessoas.
Ontem estava me atualizando nestas redes sociais da Internet e deparei-me com um post de uma amiga que me incomodou um pouco. Poderia citá-lo aqui, mas ela o removeu.
Ela estava expondo que desaprova o conteúdo da TV e considera que livros e cinema são superiores.
Começou dizendo que é desesperador saber que há mais livros para serem lidos do que tempo disponível durante toda nossa vida para lê-los todos, enquanto há tantos programas inúteis na TV. Concluiu que não dá para perder tempo vendo TV e que devemos procurar coisas mais úteis para fazer, como ler os tais livros ou ir ao cinema. Não exatamente com essas mesmas palavras, mas é algo nesse sentido.
Uma observação que fiz foi que o mesmo discurso pode ser utilizado pelos defensores dos programas "inúteis" da TV. Nós também não temos tempo disponível para ver todos os programas que existem. Devo concluir então que não dá pra perder tempo com livros e cinema? Não é por aí...

O que me incomodou foi juntar este comentário com o monte de postagens no Facebook, Twitter e afins de pessoas querendo definir o que é viver. Dizendo que fazer tal coisa é viver, enquanto o que a maioria das pessoas faz não é.
Meu problema com isso é que sempre me parecem discursos intolerantes. O ponto principal é: quem é você para querer definir o que é viver?
Acredito que cada pessoa pode ter sua própria definição do que é viver e continuar sua vida seguindo o que quer que seja que ela acredite. Pensei um pouco nesse assunto ontem antes de dormir e estava mais fácil explicar para mim mesmo.

Imagine que para o Sebastião, viver é acompanhar todas as edições do BBB a todo instante. E imagine também que ele se esforça para fazer isso. Ele está vivendo? Ele está fazendo algo de "bom"? Eu não tenho a mesma opinião que ele, não concordo que essa seja a melhor maneira de levar uma vida, mas... Por que eu estaria certo e ele não? Vai ver essa coisa toda que chamamos de vida é um teste para descobrir se há pessoas no mundo capazes de descobrir a profunda sabedoria por trás do BBB ;) haha
O que quero dizer é que se o indivíduo está ciente do que quer para a vida dele e faz o que pode para viver de acordo, o camarada está de parabéns! Meu problema é quando o sujeito pensa de uma forma, mas vive de outra. Aí sim considero que ele não está vivendo de verdade. É como ele dizer "viver é comer apenas frutas e verduras", mas passar seus dias comendo cachorro quente. Ele mesmo deve concordar que não está vivendo, no fim das contas.
Outro ponto que pode ser problemático é o impacto que o estilo de vida do sujeito tem em terceiros. E se tem um desavisado que teve uma visita de Deus, que lhe contou que para viver de verdade ele precisa começar a caçar e comer (literalmente) pessoas? Isso pode ser perigoso para nós, então nesse caso cabe certa intervenção. Ao menos na sociedade na qual estou inserido, este não é um estilo de vida aceitável e talvez ele devesse ir procurar o bando dele em outras bandas.

Não sei se ficou claro, mas não estou apoiando BBB, TV, livros, cinema ou qualquer coisa em particular. Estou defendendo a liberdade que cada um tem de definir o que é viver e agir de acordo com sua concepção (desde que não prejudique terceiros). Acredito que ninguém tem o direito de apontar para o outro e dizer "você está vivendo errado, seu burro". Nós sempre temos que ter em mente que podemos estar estupidamente errados.

Queria ter desenvolvido isso melhor, mas está tarde e eu só postei para dar um movimento nisso aqui. Mas, quem sabe, eu passo aqui de novo qualquer dia e dou um "tapinha" no texto ;)