quinta-feira, julho 29

038

Achei que com certos acontecimentos em mente eu ficaria com mais vontade de escrever, mas aparentemente me enganei. Pensei, na ocasião destes acontecimentos, que eu deveria aguardar o fim de semana, pois iria dormir bastante, ficar descansado e animado... Não foi bem o que aconteceu. O fim de semana se foi, metade da semana seguinte também e eu permaneço sem a mínima vontade. Acho que aquela revolta toda sumiu ou foi jogada no porão. De qualquer forma eu não quero mais falar sobre o assunto.

Ontem pensei em várias coisas interessantes. Aliás, coisas interessantes para mim. Uma delas estava relacionada com meu futuro profissional, que acaba se envolvendo com meu pessoal e vira uma bagunça.

Aconteceu assim: desde jovem eu sabia que eu queria mexer com essas coisas que chamavam de computador. Eu os via em filmes e ficava impressionado, mas mesmo assim fui entrar em contato com o primeiro um pouco tarde já... Tarde em termos... Lembro que quando entrei na faculdade sabia muito pouco sobre o assunto ainda. Bem pouquinho mesmo. Lembro também que no meu primeiro estágio na área, bem ali, nos primeiros minutos do primeiro dia, veio um desafio: pegar uma placa-mãe, umas memórias, uma fonte, um gabinete, uns parafusos, uns cabos, um HD e um drive óptico e transformá-los num computador que pudesse ser utilizado como eu estava acostumado. Olhei aquele monte de peças ali espalhadas e pensei "por onde começar?". Eu realmente não sabia. Solicitei uma orientação ao chefe e pronto. Ele me mostrou uma vez e eu fui embora.

Acho legal essa coisa de eu aprender certas coisas rapidamente... Ajuda bastante. Sabemos que nesse meio é fácil ficar desatualizado e que nunca podemos saber tudo, mas estou bastante confortável com o que sei no momento. Sei um pouco sobre várias coisas e acabo, por conseqüência, me virando muito bem. Gosto do que sei e procuro aprender mais sempre que possível sobre o que estou fazendo.

Apesar disso tudo, ainda acho que a T.I., como chamam por aí, ainda não recebe o devido valor das empresas por aí, exceto, claro, as que se relacionem com ela de alguma forma. Por isso sinto-me um tanto desconfortável dentro dela, então fico pensando se é realmente isso que quero da vida (é, eu sei que eu poderia lutar contra o sistema e fazer com que todos reconheçam seu valor, mas...). Na verdade as coisas mudaram bastante na minha cabeça. Quando me foram apresentados os benditos algoritmos fiquei encantado, porém no primeiro exercício fiquei completamente confuso. Quando aprendi minhas primeiras linhas de C achei demais, afinal eu "falava" para o computador "faça isso" e ele fazia magicamente. Fui aprendendo mais e me acostumei cada vez mais com a idéia de simplesmente permanecer digitando linhas e mais linhas, ordenando meu computador e o de outras pessoas a fazerem o que eu pudesse querer. Achei que tinha me decidido aí passei a pensar sobre o poder e a liberdade da web. Comecei a pensar que eu iria continuar com essa história das linhas e os comandos, mas dessa vez o browser seria o responsável por fazer o que eu mandasse. Pensei no quão bacana seria impressionar o usuário e deixá-lo tão satisfeito quanto eu... é, durou por um momento.

Chegando, finalmente, a minha noite de ontem... Parei! Estou aqui, no oitavo e ultimo semestre do meu curso de Licenciatura em Computação e, como já escrevi aqui anteriormente, um tanto infeliz. Essa infelicidade toda não é somente proporcionada pelo curso, claro, mas penso que a felicidade pode ser alcançada quando todos os aspectos da minha vida estejam caminhando bem e me deixando satisfeito. Mesmo que a faculdade não seja a única responsável pelos meus sentimentos, ela tem lá sua parcela de culpa, então por que não resolver isso? Não, eu não vou largar tudo agora para ir fazer botânica. É burrice, não é?! Então pensei no seguinte: por que simplesmente não terminar essa "parada" e mudar completamente de ares no ano que vem? Sabe como é? Começar uma vida totalmente nova!

Esse plano está parecendo cada vez mais sensato. Ah, sim, o plano. Eu já pensei em quatro coisas que gostaria de fazer:

1 - Computação;
2 - Direito;
3 - Psicologia;
4 - Filosofia.

Ah, claro, não necessariamente nessa ordem. O caso é que na computação eu já estou ali no meio. Aí fui por eliminação, mas antes vamos compreender porque eu gosto destas quatro coisas.

A computação já foi explicada ali em cima. Direito ainda é uma área bem obscura dentro do meu limitado conhecimento, e apesar de eu saber do que se trata, em teoria, não sei bem como as coisas funcionam nesse meio. Apesar disso já me recomendaram, pessoas que me conheceram num nível um pouco mais profundo que o "oi, tudo bem?", que seguisse por aí e eu mesmo parei pra pensar nisso em várias oportunidades. Acho uma área bastante... Eu não sei bem como explicar, mas tenho certo problema com coisas erradas e acredito que sendo um advogado as chances de tentar fazer certas coisas ficarem certas é maior.

Já a psicologia entra aí pelo meu interesse no comportamento das pessoas e em como suas cabeças funcionam. Eu já conheço a minha, sei como eu penso, o que eu faço, como eu faço e como me derrotar numa boa argumentação, mas e os outros? Eu não posso ler mentes então por que não compreender como os processos mentais das pessoas funcionam?

A filosofia também é algo não tão bem compreendido por minha ínfima sabedoria, mas associo essa área à racionalidade. Quando penso em filosofia me vem logo à cabeça certos questionamentos que podem me levar a conclusões bastante satisfatórias seguindo somente os fatos e a racionalidade. Nada de "acho que isso é assim porque isso é assim". Procuro sempre, em todas as situações, entender o que está acontecendo, porque está acontecendo e se pode ser diferente e o espírito da filosofia, na minha cabeça, tem muito a ver com isso.

Já a eliminação foi assim: eu não sei o que eu posso fazer com a filosofia, sabe?! Eu não vejo nos jornais anúncios "procuramos filósofos para...". Entre direito e psicologia preferi psicologia. Não que eu goste mais, mas acredito que muita burocracia nunca foi o meu forte, então...

Finalmente, para os que se perderam no monte de voltas que eu dei, termino meu curso de Licenciatura em Computação e vou fazer psicologia e ser feliz! Ok, sei que corro o risco de ficar ainda mais infeliz, mas, por outro lado, corro o risco de compreender e resolver meus outros tantos problemas psicológicos que sei que tenho. Eu poderia consultar um psicólogo? É, poderia, mas... Não sei, algo ainda me segura.

segunda-feira, julho 19

037

Alguns anos depois, num momento absolutamente inesperado, revejo um conhecido dos tempos de ensino fundamental. Estudei com o sujeito da 5ª até a 8ª série, foram longos anos. Na época tudo era sorriso. Apesar de todos os problemas que aparentemente ele tinha, tudo parecia ser resolvido com um grande sorriso. Parecia que o mundo era uma grande alegria sem fim, chegava a ser bonito de ver. Hoje vejo o quão mal os sorrisos fizeram, não por serem sorrisos, mas por não virem acompanhados de responsabilidade, trabalho e esforço, apenas diversão. O sujeito não mudou muita coisa, continua baixo, magrelo, porém em sua face não há mais aquele sorriso. Não, agora o que me parece é que há apenas o reflexo de todo o tempo jogado fora com apenas diversão, sem trabalho, esforço ou dedicação. É triste, absolutamente. Não porque eu tinha/tenho qualquer tipo de afeição pelo rapaz, mas por saber que ele não é o único e que ninguém fez nada para ajudá-lo e aparentemente todos continuam não se importando.
Se eu poderia ter feito algo? Bom, poderia, afinal todos podemos, mas sacomé, né?!
Essa sempre é nossa explicação para não fazer o correto.

2008



[...]
- Sabe, meu amigo, não é daquele tempo que sinto falta. É só que eu me acostumei a ter as coisas sob controle e admirar o esforço das pessoas que sempre tentam enganar-me. E a cada palavra delas, mais eu poderia incriminá-las de tamanha ousadia. Não, nunca fui enganado. Só achava isso divertido. Vejam só, agora não há enganações e nem diversão.
Vitor pensou por um instante sobre o que acabara de ouvir. Sorriu e concluiu que deveria perguntar o que queria saber.
-Você deve ter razão. Está certo que não tinha qualquer sentimento por esta mulher?
-Nunca temos certeza de nada nessa vida. Eu via tal situação desse modo: não havia motivos que me levassem a admirá-la. Eu a conhecia e quanto mais fundo ia, menos eu gostava. O que era interessante era a análise. Somente isso. Confesso que uma coisa foi bem feita e eu me lembrarei disso. É algo que faltava em mim, mas não misturo as coisas.
-Entendo, Pedro. Mas diga-me, o que acontece agora com vocês?
-Caro Vitor, as coisas vão como vêm. Não há nada que se possa fazer e não procuro insistir.
[...]

sábado, julho 17

036

"Eu me viro e parece que tudo muda
E eu acabo me dando conta de que já não sou mais quem sou
Tentando alterar algo por uma coisa boa
Talvez eu apenas corra disso... por muito tempo
Por dentro eu apenas desejo uma coisa simples
E não sei se digo isso simplesmente...
Andei usando a solidão pra fazer parecer simples
E esses dias permanecem passando na minha cabeça
Por muito, muito tempo...

Tempo pra viver, eu disse que precisava
Mas se eu sempre vivia sentindo sua falta, o que exatamente eu fazia?
Por que exatamente tudo mudou?
Tempo pra ir e tempo pra ficar
Apenas não foi decido em que tempo estamos.
Ou apenas eu estou.
Talvez eu só precise que você fique.
O tempo está em suas mãos

Talvez eu apenas diga que estou ok
Que costumava ser divertido
E comecei a ver toda a distancia entre nossos olhos
E comecei a pensar em como seria não ter mais a distancia
Seja por ter chegado perto
Seja por não haverem mais olhos

Minhas mãos estão cansadas
Meu corpo decide que não pode mais com isso
Mas minha cabeça não consegue entender que as coisas podem ser diferentes pra você
Ela apenas sabe que pra ela as coisas são diferentes com e sem você."

--

Isso faz tempo, muito tempo...

quinta-feira, julho 8

domingo, julho 4

Ladrão!

Eu preciso de um tempo. Acho que é isso. Eu apenas estou cansado. Cansado do mesmo "bom dia" todo dia, do mesmo "oi" todo dia, do mesmo trabalho todo dia, das mesmas pessoas todo dia, das mesmas aulas todo dia, da mesma comida todo dia, da mesma cama todo dia, to mesmo quarto todo dia... Se sou capaz de pensar que quero um tempo, sou capaz de pensar no que fazer com esse tempo. Eu não pensei nisso, na verdade, mas de improviso... hmmm, acho que tudo o que eu preciso é de uma vizinhança desconhecida, com minhas músicas favoritas, por um tempo indetermidado, sem preocupações, sem rolos, sem gente me enchendo o saco.
Estou cansado de todos os dias me preocupar com as mesmas coisas e ficar desanimado com os mesmos fatos da vida. Sabe aqueles sonhos mais obscuros, onde aparecemos sufocados no meio de algo completamente desconhecido e não conseguimos ver a tal luz no fim do túnel, se é que se trata de um? Acho que é por aí.
Eu penso na minha cabeça como uma caixa d'água defeituosa. Pelo pouco que conheço de caixas d'água, elas se parecem com um potinho redondo, só que maior. De um lado deste potinho tem um "furo", onde os caras que mexem com isso colocam um cano para encher a tal caixa, e mais um que os mesmos caras colocam outro cano para sair água quando a caixa está cheia mas a água continua entrando. Acho que chamam ele de ladrão. O defeito da minha cabeça, lembrando que eu penso nela como uma caixa d'água defeituosa, é que ela não tem um ladrão. Não tem um ladrão e a bóia está quebrada - aquela que faz a água parar de entrar quando é conveniente. Então eu tenho água entrando, pouca água sendo usada em banhos ou descargas e nenhuma saindo pelo ladrão. E o que vai acontecendo com essa água!? Bom, em caixas d'água tradicionais imagino que a agua transborde, afinal não acredito que aqueles caras tomem cuidado de não deixar uma frestinha entre a tampa e a caixa, mas o que eu sei disso?! Agora quem fez minha cabeça pensou bem no projeto, ao menos em como tampá-la de modo a evitar que qualquer coisa entre ou saia pelo vão entre a tampa e a caixa. Não sei bem para quê, mas conseguiu não deixar uma frestinha sequer, então toda a água que entra fica ali - quase, na verdade, pois uso um tantinho às vezes. Aí tenho toda essa água comprimida dentro da minha caixa d'água. E este, finalmente, é a causa dos meus "males". Eu preciso de um ladrão, mas não sei construir um sozinho. Eu poderia aprender, é verdade, mas eu estou ciente e confortável sabendo que eu tenho minhas próprias limitações. Eu preciso de um ladrão, é isso.


Às vezes fico pensando se realmente preciso enrolar tanto só para falar o que eu falo no final. :S

034

Não é porque não vemos que não existe, assim como não é porque não entendemos que é errado. Hoje me dei conta que sempre esqueço dois detalhes fundamentais. O primeiro é que eu não preciso compreender algo para que este esteja certo e o segundo é que eu estou na vantagem em uma situação.
Não que eu ache que sempre estou certo, mas preciso confiar em mim. Pensei e pensei e concluí que eu posso mais sim. Tanto posso, quanto farei! É só aguardar.

sábado, julho 3

033

Despertei para um detalhe bem importante. Ando dormindo pouco. Na verdade eu já sabia disso, afinal eu sinto o tal sono, mas agora consegui relacionar esse fato à vários problemas que ainda estavam obscuros.
Eles - não sei bem quem - dizem que o sono é importante e ajuda reforçar e consolidar o que aprendemos durante o dia e apagar o que não precisamos saber. Voltei no tempo e me lembrei de quando eu dormia bem. As notas eram melhores, o humor era melhor, a memória era melhor, o raciocínio era melhor - veja só o tempo que demorei pra me tocar disso, por exemplo -, o gasto era menor.
Eu até tento dormir, mas sempre fico com a impressão de que se eu for dormir "agora" vou acabar perdendo a oportunidade de fazer alguma coisa. Não que eu realmente faça alguma coisa, mas às vezes só a sensação já é um incomodo, sabe?!
Então farei o seguinte: irei dormir agora e só vou me levantar... hmmm... sei lá, daqui 12 horas! Será que consigo?! É o que vou descobrir mais tarde!