segunda-feira, dezembro 20

Lembranças

Estou ficando mais impaciente com o passar do tempo e eu não sei como isso é bom.

Nunca fui daquele tipo com paciência, mas sabe como é. Às vezes temos que aceitar aqui e ali e pronto. Agora estou aceitando menos. Bem menos. Quase nada, mas eu não quero falar sobre isso.

Sabe quando não temos absolutamente nada para fazer? Até podemos pensar em alguma coisa, mas não algo divertido. Então ficamos online no MSN, no Facebook, no gTalk, no Orkut... Nada acontece. Passamos nos blogs interessantes e nada está acontecendo. Olhamos o Twitter e ninguém está falando da gente. Percebemos que já estamos chegando perto das 3h e nos tocamos do porquê de tudo estar tão parado (não só por isso também). Aliás, será que isso acontece só comigo? Oh, Deus, espero que não. De toda forma acho que deu para perceber que eu passei por isso esses dias.

Estava tão completamente sem o que fazer e sem a mínima vontade de ir dormir (talvez seja o vício na Internet que tenha me deixado assim) que resolvi revirar o armário, organizar coisas, lembranças. Sempre fui um sujeito de guardar de tudo. Se acho um parafuso que não sei de onde é, guardo. Acho um papel rasgado com um 2 escrito, guardo. Vejo o folheto da panificadora que sequer fica perto de casa, guardo. Não sei porque sou assim, mas sou. Me aceite, por favor. Eu também preciso ser amado. Minha mãe, a Rê, sempre perguntou porque eu guardava tudo e sempre disse para jogar fora ou no mínimo manter arrumado. Nunca fui do tipo que faz nenhuma dessas duas coisas.

Voltando ao mais recente, resolvi, naquele momento oportuno, dar uma olhadinha no que eu tinha guardado. Vou te dizer que nos últimos, sei lá, 2 anos tenho tido menos compaixão pelas tralhas que junto. Uns 5 anos atrás, o armário tinha cerca de 1m de coisa empilhada. Era tão cheio que eu preferia não abrir para não ter surpresas, como monstros, aranhas ou tudo caindo em cima de mim. Desta vez estava bem vazio. Tirei tudo e comecei a decidir o que ficava, o que ia para o lixo e como organizar. Várias coisas me chamaram a atenção. Eu tinha umas folhas de caderno com coisas escritas. Não era escolar, não eram cartas, não eram números de telefones, eram só... nomes de jogos infantis. Não são jogos particularmente divertidos, mas eu guardei os papéis. Guardei porque eu não queria me desprender da pessoa que escreveu naqueles papéis. Engraçado que mesmo guardando-os, a pessoa se foi. As pessoas, na verdade. Eram várias. Na época eu ainda tinha bastante paciência. Andava por aí acompanhando as pessoas, esperava o ônibus, comia um lanche, tomava suco. Bons tempos. Achei cartas também. Sempre gostei de cartas, mais do que de e-mails. Porque cartas são mais... pessoais, eu acho. Cartas são escritas, envelopadas, seladas, transportadas, abertas e lidas. E-mails também, só que estes são apenas 0s e 1s circulando pela Internet, sem proteção, sem o toque, sem o sentimento. É tão mais fácil. É como dar um vale-presente. Enfim, havia cartas. Não muitas, porque desde criança tenho essa falta de traquejo social, mas algumas para alegrarem meu ano, seja ele qual tenha sido (eu sei, só não quero contar, falô?!). Eram pessoas boas também, as das cartas. As cartas eram bacanas. Eu não lembro exatamente de todas as que escrevi, mas lembro de uma. Lembro de uma porque não cheguei a enviá-la. Não sei porque, mas não enviei. Ela esta ali, no meio das outras. Li. Falei de casamento, de quem casou, porque casou, como foi, falei da época que fui expulso da escola (é, eu não sou um sujeito comportado, afinal de contas), falei de amigos, da festa na qual os amigos esconderam coisas de mim, tramaram contra mim e me contaram. Não foi uma ocasião muito alegre. Bom, é o que eu ganho por sair de casa, para variar. Falei de shows, falei de casos. Era uma carta longa, mas contei tudo.

Vi fotos também. Não guardo muitas fotos, mas tenho algumas. Algumas guardei, outras não. As que guardei, não sei porque o fiz. As que se foram, não significavam tanto para mim, afinal de contas. As que ficaram também não, e ainda assim guardei. Temo ser excessivamente insensível, mas o que posso fazer? Fizeram-me assim.

Como tinha gente no meio de tanto papel. Achei uma agenda antiga também, tem tantos nomes nela. E me dei conta que ficaram mais e mais pessoas para trás. Outras vieram, é verdade, mas por acaso eu gostava daquelas. Não queria pessoas novas. Essas de agora também se vão eventualmente, eu sei, mas virão mais novas. Eu posso gostar das novas também, mas para quê quero pessoas novas?! Algo me diz que se eu tiver pessoas novas ainda irei escrever por aqui novamente ou em outro lugar qualquer sobre as velhas, que são as atuais.

Pensando bem não estou falando de ninguém em particular. Estou pensando em alguém. Alguém confiável. Alguém amigável. Ainda mantenho essa imagem desse alguém, mesmo sabendo que as coisas mudaram e que esse alguém não existe mais, não como me lembro.

Lembrei-me de outra agora. Fui honesto com ela. Tentei, pelo menos. Foi novidade, ela foi novidade. Era uma boa pessoa, ainda é. Não tão boa quando a Jackeline, mas boa de todo modo. E era alguém que conversava comigo, realmente. E ainda conversa, se você quer saber. Uma das únicas que de certo modo me compreende, de certo modo se acerta comigo e me mantém ouvindo e interagindo. E me permite ir mais fundo. Mas somos perigosos. Perigosos quando misturados por muito tempo. Pense num objeto A que fica muito bacana com o objeto B, mas que se ficar muito tempo misturado, vira um objeto C e esse C não é bom para ninguém. Se o C fosse algo separado, não faria bem para o A nem para o B. Apesar disso no começo foi complicado. Eu omiti certas coisas, esperei outras que não deveria ter esperado, não conversei o que deveria ter conversado. Sinto-me bobo agora, quando volto àquela época e vejo que eu deveria ter simplesmente dito quatro palavrinhas, que provavelmente mudariam tudo. Ou não.

Cheguei a consultar o Google por todas as pessoas das quais me lembrei, sabe!? Só por diversão. Ah, o Google.

Vou parar.

OBS.: Botei um contador ali do lado faz um tempo, perceberam?! E fiquei impressionado quando vi o número que ele me mostrou. E vai crescendo. Porque você, leitor, não diz nada? Pelo jeito não estou te aborrecendo, afinal você está voltando, mas... Gostaria de ter certeza, entende o que eu digo? E eu sei de onde você vêm .)

OBS. 2: Botei um player ali do lado faz um tempo, perceberam?! Quem anda ouvindo? Só "blogo" quando ouço o que está ali.

Fique com Deus. Aliás, não sei mais se quero dizer isso, não sei se os visitantes acreditam nisso. Eu não, então fiquem com vocês mesmos, já que vocês existem (eu acho).

quarta-feira, dezembro 15

Presentes

Fim de ano, amigo secreto... tudo está aí, não é!? Estas coisas fazem a gente pensar.

Não sabia para quem seria meu presente de amigo secreto, perderam meu papel, e resolvi (não)comprar algo prático: um vale presente da Saraiva. A Saraiva tem bastante coisa, tem livros inclusive. Livros são legais, muita gente gosta, então acho que era apropriado. Desde que eu comecei a me envolver com pessoas e dar presentes (o que não faço muito, acho) sei que a sociedade não gosta de se presentear com dinheiro. Não gosta porque aparentemente dá a impressão que quem presenteia com dinheiro não se importa em ir comprar ou não quer se dar o trabalho... Aí vem o vale presente, que nada mais é que dinheiro, porém com a restrição de você ter que gastá-lo onde a pessoa que te deu definiu. Quem te deu teve um certo trabalho também, afinal teve de ir ao caixa e pagar como todo mundo. Mas... quem recebe continua sem ganhar nada de fato, não é?! Continua com a sensação de que quem comprou não a conhecia ou não se importava. Bom, deveria ser assim, mas parece que as pessoas acham tolerável que o dinheiro passe por essa conversão para um cartão colorido.

Aí comecei a pensar se eu considerava isso errado. Aliás, eu não tenho problemas com o dinheiro. Às vezes quem vai me dar o presente não me conhece bem (e eu não facilito isso), às vezes ela tem tão pouco traquejo social quanto eu, não tem tato. Aí resolvi começar definindo o que afinal era presente, baseado no meu conhecimento adquirido com meu relacionamento com a sociedade ao meu redor. O que mais me pareceu correto com relação a essa definição foi uma apresentada, se bem me lembro, pela Penny(the Big Bang Theory). Ela dizia que um presente não é algo que a pessoa precise e sim algo divertido, mas que não comprava por si mesma. Achei que essa definição cabia bem como um presente, sabe!? Não é uma coisa que você vai usar pra trabalhar todo dia, como uma panela ou uma vassoura (claro, há exceções), mas sim algo que você associe a um momento de lazer e que te faça ter boas recordações da pessoa que te presenteou, tipo um [imagine o melhor presente que você já ganhou e complete a frase com ele]. O vale presente não combina com isso, não é?! Porque se o presente é algo que a pessoa não compra, o que nos leva a acreditar que só porque damos um vale presente ela irá comprar por nós!? Bobo né!? Seguindo esse raciocínio faz sentido não ser tão legal presentear com puro e simples dinheiro.

Depois penso mais sobre o assunto. Na verdade eu só queria dizer que o meu presente do amigo secreto foi realmente um presente. Ganhei um CD do Linkin Park. E é exatamente um presente, segundo a definição que eu aceito como correta. CD é algo que eu quero, é divertido, mas nunca compro, sabe!? E a mocinha que me deu acertou em cheio. Em cheio!


Lembro do meu post do ano passado sobre o natal. Acho que o desse ano pode ser um pouco mais animado, afinal estou livre de aborrecimentos, eu acho. Preocupações? Talvez.

Acho que falei demais sobre presentes. Vou deixar os próximos assuntos para outro dia.

domingo, dezembro 12

Rush

É sempre uma garota, não é!? Que nos faz perder o sono. Posso atribuir ao calor, claro. E aos insetos da noite, aqueles tontos que voam no escuro, batem no armário e nas paredes fazendo barulho. Posso até dizer que talvez, em algum momento, alguma preocupação possa ter o mesmo efeito, mas no fundo, bem no fundo, eu sei que sempre é uma garota.

Não costumo pensar muito nisso, não. Eu me distraio e facilmente arrumo outra coisa para pensar, mas noite passada, em particular, eu simplesmente não consegui. Eu já fiquei sem dormir por estar fazendo outras coisas, claro, mas dificilmente deitado, na cama, no escuro e principalmente querendo dormir.

Ela é sensacional, sabe!? Mas sou falível. Mas acho que é o fim. É complicado. Acho que é pelo modo como as coisas... não aconteceram.

It's over!

Para distrair um pouquinho, música boa. Ouça todas, se tiver bom gosto ;)
We Are Scientists é demais... pena que é difícil achar vídeos por aí. queria It's a Hit no mínimo a 420p e nem assim...

sexta-feira, dezembro 3

Patifaria e péssimos amigos

Curioso, já ouvi uns caras falando “patifaria” no meio de toda aquela zuação e imaginei que a palavra até poderia “existir”, mas não imaginei que eu algum dia iria ouvi-la no meio de uma conversa. Até que aconteceu. Hoje, no meio da tarde, no sol quente, dessa cidade quente. A senhora me solta um “ele fez uma patifaria dessas”. Foi tão completamente inesperado que eu achei que iria dar de cara com uma zebra assim que virasse a próxima esquina.
A vida é cheia de surpresas, hã?!

Não há mais faculdade. Não venho mais andando no escuro no meio da noite pensando com meus botões. É chato, porque se eu não tenho esse tempinho para pensar, quando irei? Logo agora que eu estava tendo um progresso, hehe.

Sabe do que eu não gosto? De gente que acha que faz bem as coisas, não faz e seus amigos ainda mentem na cara dura dizendo que fazem. Que amigos são esses? Outro dia estava passeando pelo meu Facebook e me deparo com uma frase mais ou menos assim “tem gente que teme com medo morte sendo que a vida é muito pior”. Eu não entendi se a guria que escreveu era masoquista ou se ela vai se matar. Sabe o que é isso? Gente que acha que usar morte, vida e coração numa frase torna-a automaticamente poesia. Arte. Quem escreveu isso tem um blog, inclusive. E posta esse tipo de frases por lá, pede comentários. Por mim tudo bem, mas aí chegam os amigos e dizem “nossa, que lindo isso” ou “nossa, como você escreve bem”. Me diz uma coisa, que espécie de amigos são esses?! Aí chegamos naquele ponto que conversei com um amigo meu outro dia. Se você tem um amigo que canta super mal, mas ele não se dá conta disso e pede sua opinião. O que você diz? Que ele é uma piada e que nunca mais deveria cometer tal crime contra a nossa audição ou você fala “nossa, cara, como você é ajeitado!”? Eu não respeito quem mente na cara dura. Cara, pra que? Acha mesmo que o desafinado nunca vai descobrir que canta mal pra caramba? Será que ele não vai desconfiar disso quando ele passar 40 anos tentando e não ganhar nem um tostão com a música?! Às vezes esse tipo de comportamentos nossos são tão sem sentido. É como naquele episódio do Cilada que o Bruno e a “dona Debre” se separaram. O amigo do Bruno diz que é cilada quando amigo chega pra você no fim do relacionamento e fala mal da moça. Ele quer que você concorde com ele. Aí você vai lá, mete pau na moça... E aí eles voltam. Aí a coisa fica preta pra você, amigão. No fim ficar querendo agradar e não dar sua opinião sincera sobre o assunto só ferra tudo pra você.

Ah, estou cansado...