segunda-feira, maio 30

Trabalho, Dress Code e algum problema do mundo

Tentei escrever algo aqui várias vezes esta semana. Comecei, achei terrível, parei... há vários rascunhos aqui. De repente não tenho nada sobre o que pensar e digitar, talvez seja apenas falta de uma boa trilha sonora. Estou cansado das músicas que tenho por aqui. Percebi que passei quase o fim de semana inteiro sem ouvir nada. Normalmente, mesmo que ocupado, gosto de  ouvir uma boa música. Algo estranho tem acontecido nas últimas semanas entre eu e algumas pessoas com as quais costumo conversar e isso tem me deixado um tanto aflito, o que pode também servir como um motivo de eu não me dedicar a outros pensamentos mais ... E não tenho tido conversas interessantes. Isso é frustrante e pouco inspirador.

Sexta-feira (27) deixou-me pensativo por uns instantes. A parte boa é que pode significar um post completo, finalmente. Vamos ver se chegarei até o final.

Estava saindo de casa, rumo ao trabalho, e por toda a parte do caminho que envolve meu bairro vi um punhado de jovens andando em bandos. Fiquei surpreso. Surpreso porque normalmente jovens acordados a essa hora da manhã estão na escola e não perambulando pelas ruas. E os que não estão na escola costumam estar dormindo, ainda mais nessa epoca mais gelada do ano. Depois percebi que estavam indo para a feira do livro. Lembrei-me da minha epoca de escola e que fazíamos o mesmo. Dei uma olhada na Internet na programação da feira, havia me esquecido. Reparei que no período noturno, o qual tenho disponível, as atrações envolvem shows de músicos que eu não sou lá tão fã e, por consequência, uma aglomeração de pessoas na área. Durante a manhã e tarde as atrações parecem mais atraentes. Tive vontade de fazer uma visita. Infelizmente esse período útil do dia é totalmente dedicado ao trabalho. Foi no momento que fiz estas associações que me dei conta que tem algo de errado com o meu trabalho. Meu por assim dizer. Quero falar sobre todos os trabalham que envolvem esse período útil do dia. Comecei a pensar a respeito e concluí que é a coisa mais estúpida da vida adulta. Bom, da vida adulta que vivi até agora. Aliás não sei bem como definir a vida adulta, mas isso vou discutir em outro post. O foco deste aqui é outro.

Estou cansado de perder o período útil do dia para o trabalho e só para ele. Fico o dia todo sentado numa sala fechada, com lâmpadas. Poderia ver o sol por algumas horas às vezes, não seria legal? Ver uma árvore ou uma nuvem em forma de pato de borracha. Ou só em forma de pato, não precisa ser de borracha. Pensei em borracha pois me lembrei de uma frase de um livro que envolve patos de borracha. Uma frase que eu particularmente acho muito inteligente e meu fim de semana passado teve alguns segundos dedicados a ela. Falei a respeito com alguém. Lembrar da frase agora é lembrar de onde eu li e de todo o contexto mais a lembrança daquele fim de semana, que foi bastante agradável. Mas deixe-me voltar ao assunto. Durante a semana li sobre a Cisco. Li, se a memória não me falha, que lá os profissionais são incentivados a trabalhar de casa. A empresa lhes dá um notebook e diz "vá para casa e faça seu trabalho, garotão". Talvez não tão simples, mas é que me parece tão direito. Veja bem, um funcionário de lá que tenha a mesma opinião sobre a feira do livro que eu pode dedicar uma manhã inteira da sua semana para acompanhar os eventos sem culpa, sem dar justificativas nem nada do gênero. Acho que esse é um tipo de trabalho certo para mim. O que independe da minha presença num lugar fixo em todo o período útil do dia. Isso me leva a pensar que, por mais que esteja apreciando meu trabalho atual, ainda não me deixa satisfeito. E tenho a impressão - não é somente impressão - que nosso mais novo ex-estagiário tinha o mesmo sentimento. E por isso ele se foi.

Outra coisa que aconteceu na sexta é que nos reunimos - no trabalho - para discutir certas coisas. Acho que foi chamado de treinamento. Discutimos dois assuntos. O primeiro deles, e é o único do qual irei falar, era Dress Code no mundo corporativo. Devo dizer que consigo compreender certos pontos de vista, consigo concordar com certos argumentos mas... às vezes acho que o pessoal do tal mundo corporativo exagera um pouco com coisas pequenas. Veja bem, não estou dizendo que o mundo todo deva abolir as regras de vestuário, mas devemos admitir que às vezes é demais. Tentei organizar meus pensamentos sobre os dois assuntos desse post, mas não consegui. Minha cabeça está toda bagunçada com frases a respeito, então provavelmente pareço um pouco confuso para quem lê, mas tente me acompanhar, está bem? Não sei exatamente por onde começar. Certa vez - acredito já ter contado esse caso por aqui - uma amiga no meu Facebook ficou indignada com as empresas da sua cidade pois, segundo ela, elas davam preferência a alunos de uma faculdade qualquer - privada, se bem me lembro - do que aos da dela - uma federal - no momento de contratar seus estagiários. Dizia ela ser um comportamento bizarro. Li aquilo e comecei a pensar se eu é que sou bizarro por achar que o estranho era ela querer que as empresas contratassem os estagiários, funcionários ou o que seja por onde estudam e não pelo que sabem ou tem potencial de aprender a fazer. Isso é algo que sempre digo a todos que me perguntam. Okay, sei que no mundo lá fora as coisas funcionam assim, mas isso não torna certo. Certo? Veja bem, só porque ela é aluna de uma universidade federal ela merece mais uma vaga de estágio - ou o que for - que um aluno de faculdade privada? Quem pensa que sim é que é o bizarro na minha opinião. Simples assim. E ainda vêm me falar sobre desigualdade e os problemas do mundo. As coisas começam aí. Jovens se achando, segundo as referências populares - SC  -, pois estudam numa universidade federal. E depois? Como vai ser? Maltratar o rapaz que limpa a piscina só porque ele limpa a piscina e não é o dono dela? Não quero pensar sobre isso. Aliás nem lembro mais como isso se encaixa com o caso do Dress Code. Acho que o que quero dizer é o seguinte: certas empresas ficam absurdamente preocupadas com a imagem que terão lá fora pela maneira como os funcionários se vestem e tudo mais. Isso não parece um pouco com essa história de gente se achando por causa de onde estuda? Veja bem, ambos são, de certa forma, formas de mostrar que é algo que talvez não seja. Me parece tão falso isso. Não podemos considerar nem por um momento que antes de mais nada devemos ouvir o que aquela pessoa que está bem na nossa frente tem a dizer? Estamos tão frios agora que não nos damos mais ao trabalho de ouvir? Ou tão ocupados que não podemos mais nos conhecer... eu não sei, sinto-me mal de estar no meio disso. Isso não é para mim, sabe? E podem me dizer "mesmo concordando que às vezes é demais, o mercado é assim, então fazemos para não perdermos para a concorrência". E eu digo "o mercado ser assim torna isso certo?". Existe tanto... mal por aí. Tomem políticos corruptos como exemplo. Se pegamos um deles que diz que só entrou nessa porque todo mundo entra, vamos falar "tudo bem, tudo bem, o mundo é assim" ou vamos dizer que está errado e olhá-lo com reprovação? Sabe, se algo está errado, porque não dar o primeiro passo e tentar mudar? Ou pelo menos não compactuar com isso. Quem aí conhece o Homer Simpson? Uma das frases que mais gostei de ouvi-lo dizer é "Se você não é parte da solução é parte do problema, Marge!". É bem por aí, não? É claro que posso estar completamente errado, falando besteira e ser completamente zoado nas rodas mais populares das regiões mais distintas do nosso país, mas... quis mostrar meu ponto de vista.

Digitei demais já e realmente não consegui organizar minhas idéias e transcrevê-las da forma que queria. Ao menos consegui contar alguma coisa, é um começo.
Tenho planos de fazer uma coisa que quero fazer há uns 6 anos. E acho que tudo vai melhorar a partir daí.

Fiquem com vocês!

domingo, maio 1

Brasil, o país das pessoas boas!

No meio da tarde veio aquele assunto complicado. Não para mim, eu não gosto mesmo, mas sei que alguém, em algum lugar, não vai gostar muito do que eu penso sobre ele. "Ele" o assunto, não "ele" o alguém.

Horas atrás acabou um jogo (futebol). Começou a loucura. Muita gente no mesmo segundo correu para o Facebook falar alguma coisinha, outros para o Twitter, alguns fizeram algazarra no MSN para serem notados como torcedores... Cool! Disseram que tem um motivo para o Brasil ser o país do futebol. Paixão é o que dizem, não é!? E temos orgulho disso. Por que não teríamos!? É um mercado bilionário esse. Uau, não consigo nem imaginar todo o dinheiro envolvido. Quando começo a pensar num número algo, que provavelmente não chega perto do que rola por lá, já me perco. É como pensar no tamanho do Universo. Consigo pensar no tamanho de um planeta, estou confortável com ele. Tento ir mais além, pensar no tamanho de 10 planetas e me sinto estranho. Tento ir mais fundo, talvez no tamanho de uma galáxia, e me perco. Sou simples assim.

Sou chato. Digo isso porque acho que seria muito mais legal se o Brasil fosse conhecido por outras coisas, como o país da honestidade, ou o país das pessoas boas. Talvez o país com a melhor educação do planeta, ou com a melhor qualidade de vida para seus ... brasileiros. Ou quem sabe o país que ofereça a melhor assistência médica. Segurança. Mas e daí que não somos assim?! Temos o futebol, temos o desemprego, pobreza, ignorância, violência... Essa parte feia, vamos chamá-la de inconveniência. Esta não quer dizer nada quando podemos ver algumas dezenas de sujeitos correndo em belos gramados, com camisas coloridas, cheias de marcas que conhecemos e amamos, ganhando uma porrada de dinheiro que a maioria de nós nunca sequer irá associar com nossas contas bancárias. Isso não é importante, o importante é torcer! Torcer para que eles consigam fazer o que têm que fazer para aproveitar a vida ao máximo! Porque queremos saber deles depois. O que fazem nas noites de sexta-feira. Por aí, com as moças bonitas. Acho que na verdade, no final das contas, somos um país de pessoas boas. Porque nos importamos com o bem estar desses camaradas que nos divertem nos domingos e nas quartas. Nós não precisamos de tanta diversão, só de trabalho, e eles podem ter tudo. Ao menos nos preocupamos com alguém.

Parabéns para o Brasil, o país das pessoas boas! Viva!