segunda-feira, novembro 16

019

A infelicidade bate a porta. Chega certo momento na vida da gente em que precisamos olhar ao redor e pensar sobre o que, afinal, estamos fazendo com nossas vidas. Eu estou numa situação na qual não faço absolutamente nada do que quero fazer ou do que penso em fazer. Em absolutamente nenhum sentido.
Pensei hoje no meio do dia em como a vida é dividida, em minha opinião. Cheguei à conclusão que para mim existe a seguinte divisão: até os 14 ou 15 anos, dos 15 aos 18 ou 19, dos 19 aos 26 e dos 26 até o fim da vida. A primeira fase é aquela alegre. Somos crianças, livres pelos domínios do seu quarteirão, dependendo da cabeça de seus responsáveis. Não temos aquela responsabilidade toda, não temos permissão para nos drogar, mas isso não vem ao caso. Comemos biscoitos, corremos desenfreadamente rumo aos ferimentos nos joelhos e cotovelos, enchemos o saco de todo mundo para jogar bola ou quem sabe baralho, damos trabalho, jogamos tudo no chão e assim vivemos no que achamos ser felicidade quase completa, que só seria total se pudéssemos ficar acordados até depois das nove. Aí passamos para a idade perigosa. Esta segunda fase é a mais divertida. Ainda somos jovens e irresponsáveis, apesar do que querem empurrar para a nossa cabeça. Saímos livres por aí, passeamos, beijamos, fazemos sexo em colchões barulhentos, brigamos, amamos, chutamos, nos rebelamos, fazemos as pazes, abraçamos, choramos, estudamos... Existem muitas emoções por aí. Resolvemos aproveitar todas. É uma fase divertida. Aí crescemos mais um pouco e ficamos adultos. As responsabilidades chegam, e tem toda aquela pressão, e toda essa sociedade mal formada, apática, mal educada, que não se importa com o bem estar dos seus semelhantes ou do próprio lar. Existe competição para todo lado que olhamos, mas não daquele tipo saudável que nos empurra para frente. Não. É aquela do tipo que nos deixa cegos, nos força a fazer coisas demais, pensar de menos, esquecer que a vida não é só trabalhar, trabalhar e trabalhar, ganhar dinheiro... É do tipo que nos faz não querer pensar sobre nossa própria situação, a situação do outro, a situação do mundo... Não é bom e não é saudável. Apesar dos computadores e de toda a tecnologia que pode nos ajudar ninguém se importa verdadeiramente com a vida dos pobres trabalhadores que simplesmente são forçados a entrar nesse mundo terrível. Mas ainda somos jovens, então vamos com toda a energia até que chegamos a ultima fase. Percebemos que estamos chegando lá pelos 3o e que o mercado de trabalho vai te achar absolutamente velho para fazer qualquer coisa, exceto atender telefone e limpar pias. Toda a nossa energia é utilizada e como resultado não temos calor. Temos é frustração. Frustração por não termos alcançado os objetivos que anteriormente tínhamos definido ou simplesmente por não termos conseguido realizar nossos sonhos de criança. Por outro lado o que eu entendo sobre isso? Eu ainda sou jovem, com meus 20 anos. O que sei da vida? Eu apenas a observo e não sei o que fazer com ela. Talvez eu esteja vendo tudo de uma maneira tão... Enfim... Acho que meu ponto de vista pode ser compreendido por alguns, não?! Os mesmos alguns que podem ter, em algum dia, pensado o mesmo. Não é?!

quinta-feira, novembro 12

017

Existe uma imagem que sempre que vejo me entristece. É realmente desagradável, pois é uma imagem da qual não posso fugir. Está sempre por aí. Eventualmente aparece no meio do nada e eu preciso encará-la.
Os dias não têm sido bons para mim. A soma de várias experiências passadas me deram certas características que me fazem, por exemplo, não dizer tudo o que eu quero dizer para certo alguém. E há muito o que dizer. Há o que fazer. Isso me deixa preso. Eu posso mover meus braços e pernas, posso atravessar a cidade mas não posso fugir de certas idéias dentro da minha cabeça. Elas simplesmente não vão embora. Elas simplesmente não me deixam falar. Fazer.
Existem muitas coisas que simplesmente não vão sair. Não vão desaparecer. Não vão se mover. Eu sei que sempre posso fazer algo a respeito, mas eu não consigo.
Eu tenho um sonho, afinal.