quinta-feira, julho 29

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Achei que com certos acontecimentos em mente eu ficaria com mais vontade de escrever, mas aparentemente me enganei. Pensei, na ocasião destes acontecimentos, que eu deveria aguardar o fim de semana, pois iria dormir bastante, ficar descansado e animado... Não foi bem o que aconteceu. O fim de semana se foi, metade da semana seguinte também e eu permaneço sem a mínima vontade. Acho que aquela revolta toda sumiu ou foi jogada no porão. De qualquer forma eu não quero mais falar sobre o assunto.

Ontem pensei em várias coisas interessantes. Aliás, coisas interessantes para mim. Uma delas estava relacionada com meu futuro profissional, que acaba se envolvendo com meu pessoal e vira uma bagunça.

Aconteceu assim: desde jovem eu sabia que eu queria mexer com essas coisas que chamavam de computador. Eu os via em filmes e ficava impressionado, mas mesmo assim fui entrar em contato com o primeiro um pouco tarde já... Tarde em termos... Lembro que quando entrei na faculdade sabia muito pouco sobre o assunto ainda. Bem pouquinho mesmo. Lembro também que no meu primeiro estágio na área, bem ali, nos primeiros minutos do primeiro dia, veio um desafio: pegar uma placa-mãe, umas memórias, uma fonte, um gabinete, uns parafusos, uns cabos, um HD e um drive óptico e transformá-los num computador que pudesse ser utilizado como eu estava acostumado. Olhei aquele monte de peças ali espalhadas e pensei "por onde começar?". Eu realmente não sabia. Solicitei uma orientação ao chefe e pronto. Ele me mostrou uma vez e eu fui embora.

Acho legal essa coisa de eu aprender certas coisas rapidamente... Ajuda bastante. Sabemos que nesse meio é fácil ficar desatualizado e que nunca podemos saber tudo, mas estou bastante confortável com o que sei no momento. Sei um pouco sobre várias coisas e acabo, por conseqüência, me virando muito bem. Gosto do que sei e procuro aprender mais sempre que possível sobre o que estou fazendo.

Apesar disso tudo, ainda acho que a T.I., como chamam por aí, ainda não recebe o devido valor das empresas por aí, exceto, claro, as que se relacionem com ela de alguma forma. Por isso sinto-me um tanto desconfortável dentro dela, então fico pensando se é realmente isso que quero da vida (é, eu sei que eu poderia lutar contra o sistema e fazer com que todos reconheçam seu valor, mas...). Na verdade as coisas mudaram bastante na minha cabeça. Quando me foram apresentados os benditos algoritmos fiquei encantado, porém no primeiro exercício fiquei completamente confuso. Quando aprendi minhas primeiras linhas de C achei demais, afinal eu "falava" para o computador "faça isso" e ele fazia magicamente. Fui aprendendo mais e me acostumei cada vez mais com a idéia de simplesmente permanecer digitando linhas e mais linhas, ordenando meu computador e o de outras pessoas a fazerem o que eu pudesse querer. Achei que tinha me decidido aí passei a pensar sobre o poder e a liberdade da web. Comecei a pensar que eu iria continuar com essa história das linhas e os comandos, mas dessa vez o browser seria o responsável por fazer o que eu mandasse. Pensei no quão bacana seria impressionar o usuário e deixá-lo tão satisfeito quanto eu... é, durou por um momento.

Chegando, finalmente, a minha noite de ontem... Parei! Estou aqui, no oitavo e ultimo semestre do meu curso de Licenciatura em Computação e, como já escrevi aqui anteriormente, um tanto infeliz. Essa infelicidade toda não é somente proporcionada pelo curso, claro, mas penso que a felicidade pode ser alcançada quando todos os aspectos da minha vida estejam caminhando bem e me deixando satisfeito. Mesmo que a faculdade não seja a única responsável pelos meus sentimentos, ela tem lá sua parcela de culpa, então por que não resolver isso? Não, eu não vou largar tudo agora para ir fazer botânica. É burrice, não é?! Então pensei no seguinte: por que simplesmente não terminar essa "parada" e mudar completamente de ares no ano que vem? Sabe como é? Começar uma vida totalmente nova!

Esse plano está parecendo cada vez mais sensato. Ah, sim, o plano. Eu já pensei em quatro coisas que gostaria de fazer:

1 - Computação;
2 - Direito;
3 - Psicologia;
4 - Filosofia.

Ah, claro, não necessariamente nessa ordem. O caso é que na computação eu já estou ali no meio. Aí fui por eliminação, mas antes vamos compreender porque eu gosto destas quatro coisas.

A computação já foi explicada ali em cima. Direito ainda é uma área bem obscura dentro do meu limitado conhecimento, e apesar de eu saber do que se trata, em teoria, não sei bem como as coisas funcionam nesse meio. Apesar disso já me recomendaram, pessoas que me conheceram num nível um pouco mais profundo que o "oi, tudo bem?", que seguisse por aí e eu mesmo parei pra pensar nisso em várias oportunidades. Acho uma área bastante... Eu não sei bem como explicar, mas tenho certo problema com coisas erradas e acredito que sendo um advogado as chances de tentar fazer certas coisas ficarem certas é maior.

Já a psicologia entra aí pelo meu interesse no comportamento das pessoas e em como suas cabeças funcionam. Eu já conheço a minha, sei como eu penso, o que eu faço, como eu faço e como me derrotar numa boa argumentação, mas e os outros? Eu não posso ler mentes então por que não compreender como os processos mentais das pessoas funcionam?

A filosofia também é algo não tão bem compreendido por minha ínfima sabedoria, mas associo essa área à racionalidade. Quando penso em filosofia me vem logo à cabeça certos questionamentos que podem me levar a conclusões bastante satisfatórias seguindo somente os fatos e a racionalidade. Nada de "acho que isso é assim porque isso é assim". Procuro sempre, em todas as situações, entender o que está acontecendo, porque está acontecendo e se pode ser diferente e o espírito da filosofia, na minha cabeça, tem muito a ver com isso.

Já a eliminação foi assim: eu não sei o que eu posso fazer com a filosofia, sabe?! Eu não vejo nos jornais anúncios "procuramos filósofos para...". Entre direito e psicologia preferi psicologia. Não que eu goste mais, mas acredito que muita burocracia nunca foi o meu forte, então...

Finalmente, para os que se perderam no monte de voltas que eu dei, termino meu curso de Licenciatura em Computação e vou fazer psicologia e ser feliz! Ok, sei que corro o risco de ficar ainda mais infeliz, mas, por outro lado, corro o risco de compreender e resolver meus outros tantos problemas psicológicos que sei que tenho. Eu poderia consultar um psicólogo? É, poderia, mas... Não sei, algo ainda me segura.

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