segunda-feira, julho 19

2008



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- Sabe, meu amigo, não é daquele tempo que sinto falta. É só que eu me acostumei a ter as coisas sob controle e admirar o esforço das pessoas que sempre tentam enganar-me. E a cada palavra delas, mais eu poderia incriminá-las de tamanha ousadia. Não, nunca fui enganado. Só achava isso divertido. Vejam só, agora não há enganações e nem diversão.
Vitor pensou por um instante sobre o que acabara de ouvir. Sorriu e concluiu que deveria perguntar o que queria saber.
-Você deve ter razão. Está certo que não tinha qualquer sentimento por esta mulher?
-Nunca temos certeza de nada nessa vida. Eu via tal situação desse modo: não havia motivos que me levassem a admirá-la. Eu a conhecia e quanto mais fundo ia, menos eu gostava. O que era interessante era a análise. Somente isso. Confesso que uma coisa foi bem feita e eu me lembrarei disso. É algo que faltava em mim, mas não misturo as coisas.
-Entendo, Pedro. Mas diga-me, o que acontece agora com vocês?
-Caro Vitor, as coisas vão como vêm. Não há nada que se possa fazer e não procuro insistir.
[...]

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