segunda-feira, junho 21

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Hoje eu percebi que quando ando penso melhor. Não que eu ande muito por aí, mas lá no fundo sempre gostei. Perco as contas das vezes que liguei para aquela moça da rua de cima e a convidei para uma simples volta no quarteirão ou sorveteria - sempre o mesmo sorvete de flocos...
Recentemente, não exatamente andando, pensei em duas coisas. A primeira é uma espécie de metáfora envolvendo o plástico, o vidro e o diamante. Não quero entrar em detalhes, mas na minha cabeça o plástico era a imitação de má qualidade do vidro, que era a imitação de má qualidade do diamante. Não faz muito sentido assim cru, mas como é uma metáfora a coisa era bem pensada na minha cabeça. A questão é que eu fiquei pensando que existem muitos plásticos por aí com certas pessoas que conheço. Sabe, ter o plástico por ali parece bacana, porque ele é transparente também, bonito a primeira vista, principalmente lá de longe, quando você não tem uma visão muito boa... Mas aí você resolve chegar mais perto para ver com atenção. O que você vê é que na verdade todo mundo está sendo enganado. Aquele pedacinho de plástico não vale absolutamente nada e o que você tem é de fato o diamante. Pode ser numa quantidade muito próxima de zero, que parece nada perto do pedação de plástico que o outro sujeito tem, mas é diamante. É o importante. É o que eu acho, mas vou deixar isso de lado por agora.
A outra coisa na qual pensei é sobre duas outras pessoas em particular que eu conheço. As duas são bem parecidas, na verdade. Ambas são "formas de vida bípedes baseadas em carbono", ambas do sexo feminino, ambas por volta dos seus vinte e poucos anos, ambas têm cabelos pretos, ambas tem lá seu certo charme, ambas são bacanas comigo, ambas já disseram coisas boas a meu respeito (hehe), ambas já receberam elogios meus, ambas já me acompanharam ao cinema.... existe um mundo de semelhanças entre elas, mas também certas diferenças, afinal é aí que fica essa história de subjetividade! Apresentações feitas, eu preciso ressaltar a maior diferença entre elas e que só hoje fui perceber o que era. Sempre pensei que numa delas duas faltava uma coisa absolutamente elementar, mas nunca soube o que era. Hoje eu percebi. Falta paixão em sua vida.
Aho que devo explicações mais detalhadas.
A "mais completa" vivia sua vida, ao menos é o que me parecia, com uma certa paixão que é admirável. Lembro-me como ela era no trabalho, por exemplo. Ela simplesmente amava o que fazia e como fazia, a liberdade que tinha e a graça. Era incrível como ela se animava com o que tinha de fazer, que era bem trabalho inclusive. Ela fazia com muito gosto. Na verdade o gosto estava em mim - dava gosto de ver! E quando conversávamos e ela falava sobre o que ela queria para o futuro dela, o que ela queria fazer, como queria fazer, quem já fez, quem já faz, fora a sua inteligencia e a variedade de conhecimentos aleatórios que ela tinha sobre todas as coisas que eu perguntava. Na verdade de tudo o que eu admirava nela, o que mais me chamava a atenção era justamente essa "coisa" de saber de tudo e a paixão! Ahh, a paixão. Eu não reconhecia isso na época e nunca pensei na importancia que isso tem na vida das pessoas.
Já a outra garota não tem nada disso. Infelizmente eu não consigo ver paixão em nada que ela faz ou diz. Não vejo sonhos, não vejo desejos, não vejo vontade... Eu fico observando, pergunto aqui, pergunto ali, mas nunca tirei nada dela que se parecesse sequer um pouco com paixão. Me parece tão vazia, entende? Eu realmente não sabia que isso fazia tanta falta. A paixão. Por falar em paixão, conheço duas "Paixão".... pessoas bacanas. Acho que eu ainda preciso conversar com ela sobre isso.

"Time means nothing"

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