terça-feira, junho 15

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Sempre que a aula termina e eu venho andando para casa passo o tempo pensando em alguma coisa interessante. Hoje, particularmente, vim pensando no meu relacionamento com a linguagem escrita. Eu até gosto dela e tal, pensei no jornalismo, mas...
Tudo começou na minha oitava série. Certa manhã, um dos colegas encontrou debaixo da carteira de outro colega uma papel dobrado/amassado. Havia uma espécie de poema lá. Eu acabei ficando com o papel por algum motivo desconhecido. Um tempo depois eu fiquei lendo aquilo e pensando "se ele consegue fazer, por que eu não?". Na época eu era fã de Linkin Park e mais uma ou duas bandas apenas. Não era tão fã de música assim. Naquela época eu lia a tradução das músicas que eu gostava, achava meio bobo, mas gostava das músicas mesmo assim. Fiz então minha primeira interação com a "arte" - que chique. Peguei frases aqui, frases ali e botei tudo em forma de versos e pouco tempo depois gostei do resultado. Falei "nossa, que legal". Mais tarde percebi que não tinha a ver comigo, pois as frases não eram minhas, então as substituí por coisas mais simples que eu mesmo criava. Ficou meio parado por um tempo, até que um ou dois anos depois eu comecei a variar meu gosto musical. Ouvi umas músicas diferentes, que hoje nem ouço mais. Comecei a me animar novamente e escrever toda aquela coisa melada de novo. Pouco tempo depois li um livro que mudou minha vida, mas depois eu falo dele. Na época também me socializei um pouco mais com os jovens que estavam por lá. Algum tempo na internet e li sobre os tais góticos. Achei interessante, e como eu sempre fui fã de preto gostei da idéia. Procurei mais algumas coisas e vi que normalmente os que se enquadram nesse quadro eram artistas de algum modo. Pintam, desenham, cantam, escrevem, atuam etc.. Resolvi tentar também, então fiquei ainda mais animado. Comecei a compartilhar minhas pequenas produções com uma amiga, que me abandonou (infelizmente), e ela compartilhava as suas comigo. Era uma troca bacana, eu gostava do que ela fazia, ela gostava do que eu fazia. O tempo foi passando, fui perdendo essas produções por alguns problemas computacionais e depois acabei perdendo o interesse. Um tempo depois fiz um trabalho na escola, que consistia numa redação sobre uma música chamada "Geração Coca-Cola", se bem me lembro. Não tinha idéia do que se tratava, e como era uma aula de filosofia imaginei que devia ter algo a ver com a atualidade, a coca-cola e os jovens "de hoje". Escrevi qualquer coisa lá e entreguei. Uma semana depois o professor (que era substituto, inclusive) disse que via traços de jornalismo gonzo no meu texto. Achei o nome engraçado, então achei que era coisa boa. Deixei pra lá. Umas semanas depois vi o que era o tal gonzo e não sei se gostei tanto, mas parecia a minha cara. Os meses se passaram e eu fui deixando isso de lado, acabei me envolvendo em outras coisas.... Acho que eu preciso mesmo é praticar.
O livro, aliás, é "O Guia do Mochileiro das Galáxias". Não é que a história em si tenha me feito enxergar a vida com outros olhos, nada disso, mas a maneira como o autor (Douglas Adams) colocava aquelas palavras para formar suas linhas, frases e parágrafos. Ah, que... Não tenho uma palavra exata para descrever o que eu penso do modo de escrever do sujeito. Aquilo me tocou, porque era um humor tão absolutamente limpo, inteligente e bem colocado. Nunca havia lido nada que se comparasse, então quando li o livro, li umas 4 vezes.
Quer saber, escrevi bastante, estou com sono, apresentei o seminário, tem prova na quinta ou na sexta... estou cansado já. Só pra constar, estou aprendendo a mexer no Gimp ;)

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