quarta-feira, fevereiro 27

Blog: será este seu fim?

Acho que o mais sensato é abandonar isso aqui de vez. Está claro que não tenho responsabilidade e dedicação necessária para cuidar de um blog, que não fala, não come e não faz cocô. Também fiz um péssimo trabalho com a planta. O máximo que eu conseguia era me lembrar de por água de vez em quando, mas não foi o suficiente.

Nunca pensei bem em qual era meu objetivo para o blog, e talvez eu nem tenha um. A única coisa que eu sabia era porque eu fazia. Naquele tempo eu andava, pensava e criava na minha cabeça, mas às vezes tudo ficava muito misturado e confuso... Precisava de mais espaço, então ali estava o blog. Poderia me liberar de certos pensamentos, organizá-los e até deixá-los armazenados em outro local, caso eu precisasse deles eventualmente. Mas agora isso acabou. Eu não penso mais, não crio nada. Estou completamente infeliz e saber que não faço absolutamente nada de útil para a sociedade só faz tudo ficar pior. Esse sentimento de... não sei. De estar encostado, escorado, apenas tirando. Tirando o ar, a água, a energia... Ocupando espaço, inclusive. Nem sei se a sociedade quer que eu lhe faça algo de útil. Nem sei se há o que fazer.
Hoje mesmo meu twitter mostrou que o que tem me importado e me deixado sem paz é apenas um ódio de uma empresa sem a menor importância. E reconheço, é terrível ficar assim, mas é só o que tenho. E é daí que sai toda essa infelicidade. Não o ódio desenfreado, é não ter algo positivo que ocupe espaço na minha vida e me deixe longe desse tipo de coisa.

Meu assunto mais frequente por aqui, acredito, foi minha saudade dos tempos passados. O que tinha de especial neles era que eu não tinha essa preocupação. Nem este ódio que citei mais acima. Já devo ter falado sobre isso também. A coisa era simples e, de certo modo, feliz. É aquela coisa da grama do vizinho estar sempre mais verde. Nesse caso meu vizinho sou eu mesmo. E estou lá, sorrindo e tendo a liberdade de fazer o que eu quisesse quando eu quisesse (ou quase), inclusive escolher qualquer horário para ir no barbeiro. Hoje tenho regras. Em todo lugar. Coisas que devo fazer, quando devo fazer, implicações negativas caso não faça. E isso apenas vai me apertando... e sem motivo. Porque não é bom pra ninguém. Não é bom pra mim, não é bom pra você e também não pra quem me cobra ou para quem me encaixa nestes horários apertados.

E por falar em achar, talvez isso tudo que escrevi já possa ser encarado como um "ok, eu desisto e está aqui o motivo". Não estou dizendo que vou mesmo abandonar, mas se fizer já deixo os motivos esclarecidos. E não só para o abandono total do blog. Você pode me pegar por aí fazendo uma coisa muito extrema, tipo ir viver no meio do mato, com os leopardos. É bastante provável que eu não faça isso, mas as coisas podem piorar a tal ponto que serei obrigado a seguir por este (ou outro qualquer) caminho.

Gosto de pensar que não sou completamente culpado pela situação. Acredito que eu possa fazer alguma coisa se realmente me aplicar, mas... Também acho que é necessário força, energia, dedicação e empenho para fazer qualquer coisa e eu, infelizmente, não tenho ideia de onde posso tirar nenhuma dessas coisas.

Um comentário:

pri disse...

Tenho acompanhado seus pensamentos e desabafos desde sempre e, mesmo que haja uma certa distância entre nossos seres físicos, nossas palavras podem se entrelaçar em algum momento. O alívio em, vez ou outra, ter algo 'novo' sobre você (que geralmente é algum lamento sobre algo que vc não é ou gostaria de ser mas ainda não sabe definir) é que sei que está vivo. Parece besteira, mas se você ainda coloca na rede é porque tem alguma esperança. Pelo menos de que essa -longa- fase passe um dia. Não estou imaginando que você vá ler isso, talvez nem entre mais no blog e corra em busca de emoção, mas vai que... Quanto a sentir saudades do passado, compreensível. Também sinto, Luís. Nós conversávamos mais.